Impedida de ser feliz
Publicada em 30-05-15, a antologia SEDE: contos distópicos sobre um futuro sem água (Editora Andross), reuniu diversos autores das mais variadas idades e localidades. Entre eles está o jovem Pedro Oliveira, autor do conto Impedida de ser feliz.
Matar a sede nunca custou tanto.
O conto é o relato melancólico de uma jovem estudante que sonha com um mundo melhor, mesmo vivendo num futuro seco, num Brasil miserável que sobrevive sem água. Ela vai à escola todos os dias, não que goste ou acredite na educação, mas porque recebe 2 litros de água por estudar; uma espécie de "Bolsa Família".
(...) não existe nada além do simples desejo de saciar a sede.
O texto segue indo e voltando do presente ao passado. Dessa forma, o autor faz uma crítica ao desperdício que ocorre nos dias de hoje e mostra suas consequências as gerações futuras.
(...) São Paulo nunca pareceu tão morta, não sem vida, tão sem água.
Na distopia de Pedro Oliveira, (...) "a moeda é a água. Ela dita a política e o cotidiano". O Governo, como sempre, centraliza todo o poder e todo o recurso em suas mãos, aproveitando-se da miséria da população para escravizá-la, roubando do povo a única coisa que o mantém vivo: a esperança.
"Toda miséria gera só desesperança. No fim, todos os nossos sonhos estão secando e morrendo..."
O título "Impedida de ser feliz" se resume em um único trecho do livro:
"Poderíamos ser uma árvore que cresce esperançosa sem preocupar com espaço, mas nossos galhos e nossa esperança estão cortados".
O desfecho do conto no surpreende e o autor encerra com uma frase bastante marcante:
"(...) morrer nunca me pareceu tão doce."
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Leia também a resenha do conto "Terra Prometida" no blog "Um Minuto Um Livro".