domingo, 31 de maio de 2015

Lançamento livo SEDE: contos distópicos sobre um futuro sem água (Editora Andross)

Dia 30 de maio de 2015 - Lançamento da antologia
SEDE: Contos distópicos sobre um futuro sem água

O dia foi marcado por um evento literário de respeito na capital paulista: o Livros em Pauta organizado por Edson Rossato e a Editora Andross


Como autor do conto "TERRA PROMETIDA" que foi pulicado na antologia SEDE: Contos distópicos sobre um futuro sem água, eu tive o privilégio de participar do evento. 


A organização estava ótima, pessoas para informar, um ambiente grande que comportava a quantidade de pessoas, diversos estandes dos patrocinadores e colaboradores, com materiais diferentes, jovens e modernos. As palestras estavam incríveis, muita gente comentando sobre elas, e o espaço ainda continha uma cantina que servia almoço, muito importante para as pessoas que vieram de longe e passaram o dia inteiro lá. Divido em andares, o evento trouxe pessoas de todas as idades, muitos familiares dos convidados dos autores, e outros motivados pelas palestras.


Outro fato que chamou a atenção foi o número de jovens, tanto os que vieram para participar das palestras, quanto os autores das mais diversas antologias. Interessante, pois existe um mito de que jovem não gosta de ler, e o evento provou o contrário. Outro fato é que o evento marcou a primeira publicação de muita gente. 


Veja as fotos do evento no facebook:

Sobre o livo SEDE: contos distópicos sobre um futuro sem água.

O livro é inovador e audacioso. Publicado em meio a uma crise hídrica, ele nos faz refletir sobre o papel da água no mundo. Os mais diversos autores, de regiões diferentes provaram que a crise da água não atinge somente a região sul, ou a represa da Cantareira, mas todo o Brasil. Por trás do cenário catastrófico e até pós-apocalíptico, os autores trouxeram personagens riquíssimos, cheios de medo, traumas e principalmente humanidade. O tema proposto foi um conto que se passasse em 2065 onde a população brasileira foi quase extinta com a falta de água. Os autores, olharam o presente e miraram na mosca as mais diversas possibilidades de sobrevivência nesse futuro distópico. 


O conto "TERRA PROMETIDA"


O conto "Terra Prometida", de minha autoria, encontra-se na página 39 do livro. Inspirado em Vidas Secas de Graciliano Ramos, minha proposta foi usar dos recursos linguísticos para criar uma sensação no leitor do que seria viver sem água.

(...)"Éramos um grupo de flagelados retirantes, marchando com as últimas garrafas de água que roubamos dos últimos cofres abandonados da última grande seca, há mais de 15 anos.(...)"  

(...)"Empurrados pelo árido vento, seguimos por mais algumas horas.(...)" 

(...)"Entre nós e o mar havia um caminho de desolação, prédios em ruínas, pontes abandonadas e uma tristeza inefável... Sentia a morte, que logo levou o casal, como nossa companheira silenciosa. A viagem tornando-se desesperadora... uma desventura. E a árida terra foi nos vencendo...(...)" 

Narrado em primeira pessoa, os 6 personagens
(sem nome exceto um) partem da capital rumo ao litoral paulista (Santos) em busca de água. Nessa jornada a luta pela sobrevivência vai se tornando cada vez mais difícil, enquanto eles precisam lidar com diversos problemas.

Algumas coisas me ajudaram na inspiração do conto, como a obra Ensaio sobre uma cegueira de José Saramago, na qual  os personagens não tem nome e são identificados pela suas funções, assim na obra Terra Prometida, os personagens são: o narrador, o guia, o casal, a mãe e o bebê.

A opção por não colocar nomes, é entendida no desfecho da história quando o nome do bebê é revelado. O nome do bebê é só mais um detalhe nessa obra que remete a Bíblia, essa também muito importante desde a escolha do título Terra Prometida, quanto ao desfecho. Afinal, o que os mantém vivos, dispostos a marcharem dias em direção ao mar é e a esperança de um mundo melhor.

(...)"Sob a luz trépida da fogueira, eu lia algumas páginas da quase esquecida, empoeirada e rasgada Bíblia: O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Ainda que eu ande pelo vale das sombras da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo... A minha leitura foi interrompida pelo angustiante choro da criança... Uma voz que clamava no deserto.(...)"

 A escolha desse trecho do Salmo 23 se dá ao contraste com a realidade dos personagens, pois o salmo fala de verdes pastos, águas tranquilas, enquanto que eles na verdade caminham somente pelo vale das sombras da morte...



Enfim, são diversos recursos e elementos que fazem de "Terra Prometida" uma obra singular que merece ser apreciada em seus mínimos detalhes, várias e várias vezes, até que todos os seus segredos sejam revelados

Veja também a resenha da obra escrita por Juh Bernado, no blog Um minuto, Um Livro



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Espero que tenha gostado desse resumo do livro SEDE: contos disópicos sobre um futuro sem água, do Evento Livros em Pauta e do meu conto "Terra Prometida".


Em breve será lançado o livro "Êxodo - A Saga do Ouro Azul" pela editora Autografia, livro que trará o passado dos personagens de Terra Prometida  e o futuro desse pequeno bebê, que o levou a guerra pela água, a Guerra Azul.





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